domingo, 20 de novembro de 2011

Derrota, aceitação.

Estradas feitas por parábolas, caminhos paralelos que conduzem o nosso pensamento irracional a um reino podre, cheio de verdades supostamente mais duras que diamantes. Desejo de conquista interminável, que do dia para a noite, se perde no imaginário do que poderia ser, a arma de fogo perde a razão quando a lágrima grita o seu desespero e os lobos parecem não se cansar de uivar em direcção às sombras de um passado que jamais irão devorar. Enquanto o fumo vai acertando os preparativos do meu último passeio pelo jardim, vou esperando que a loucura me afogue novamente em chamas e que o meu respirar me sufoque até que pare de chover. Ruas à espera da metamorfose, significados errados à espera da correcção assim como pedras silenciosas à espera do dia que poderão finalmente voar sem serem arremeçadas, rescrever a vida nas costas da primeira carta de amor que recebemos, construir castelos de cartas de olhos vendados e com as mãos atadas no cimo de uma montanha ao som de temperaturas gélidas e reinventar um sorriso com o pé em cima de uma mina. O hoje morreu nas memórias do ontem e o futuro já deixou de ser um presente que recebemos quando completamos mais uma ano de sabedoria, resolve-se erguer a cabeça, mas o ar parece chumbo e no chão apenas avisto um rabisco infantil sem o sol sorridente no canto superior da folha. Batalhas, estações abandonadas e uma flor com mais importância do que uma garrafa cheia de água em pleno deserto. A saudade, maior do que qualquer prédio que arranha a vontade de ser ouvido, desenhos e frases insólitas num grande cartaz invisível à espera de ser visto, sugestões puras e limpas que acidificam o meu paladar, nada mais do que veneno que faz com que o meu coração não pare de enviar perguntas para o espaço. Só as árvores têm acompanhado os meus passos, enquanto o vento me conta segredos, o fogo procriou com a água e a terra seca, derreteu-me os meus pés. Rezar a um Deus hipócrita que não conheço, está fora dos meus planos, convidar um Demónio matreiro para uma noite de vícios muito menos, mas certamente serei julgado por ambos sem piedade, pelo que fiz, não fiz, continuo a fazer ou não faço, por isso, escuto o Sol frio, em longas noites de incerteza. O silêncio ficou mais barulhento do que nunca e jamais poderei convidar o quente para dentro do meu lar, a razão venceu o sentimento e conquistou vastos terrenos... contemplados com nada.


Vildjharta-All these feelings